terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Do Pensamento ao Comportamento ( I )

“Como fazes aquilo que fazes?” “Como podes fazer aquilo que realmente queres fazer?”


“Sim, tudo me correu bem. Senti-me sempre muito confiante…”
“Sim, é verdade que falhei. Nesse momento, senti demasiada ansiedade…”

Quantas vezes já ouviste afirmações iguais ou similares?
A diferença, está no Estado Neurofisiológico, com que essas pessoas abordam as situações. Quem terá criado (gerado) esses sentimentos nessas pessoas? Os próprios, claro - produziram esses estados dentro deles.

"É a mente que oferece a felicidade ou a infelicidade"

“O resultado final de um conjunto de respostas desencadeadas por partes do corpo humano ou do cérebro, e mesmo entre diferentes partes do cérebro, através das redes neuronais e hormonais é o Estado Emocional - definido pelas alterações de determinadas propriedades do corpo humano e em certas zonas do cérebro”. António Damásio

Existem estados potenciadores e estados limitadores!
A confiança, o amor, a força interior, a alegria, a crença possibilitadora, a autoconfiança o entusiasmo…estão englobados no primeiro parâmetro. O medo, a depressão, a ansiedade, o conflito interno, a crença limitadora, a tristeza, a frustração…no segundo.

Compreender como potenciamos em nós próprios, ou nos outros, esses sentimentos, é o segredo para a correta gestão dos mesmos e, ainda mais importante, a chave para compreender a forma como podemos aceder a certos comportamentos, que facilitem a consecução dos resultados que pretendemos atingir.

Nota - Defino, neste contexto, Comportamento de uma forma extremamente simples e ao mesmo tempo bem abrangente: “aquilo que fazemos”, em que a abrangência está no verbo fazer, aqui aplicado de forma a incluir tudo o que passível de ser percepcionado pelos outros – o movimento do corpo, o tom de voz utilizado na comunicação, as expressões faciais, as acções e as reações…etc


Fazemos o que fazemos, em função do Estado Dominante nesse momento!
Por outras palavras, é o Estado que dá origem ao Comportamento, mesmo tendo em conta que a maioria dos nossos estados acontece a nível inconsciente  (sem qualquer ordem consciente da nossa parte) - Acontece algo e reagimos a esse acontecimento entrando num determinado estado!

 "O nosso Comportamento é o resultado do Estado Emocional em que estamos"

Quão importantes são os Comportamentos na tua vida?
 - É através dos comportamentos que interages com os outros; é ao nível dos comportamentos que as mudanças acontecem.
                                        
“Qual o sentimento, a que posso aceder agora, para facilitar a alteração deste comportamento?” - é a questão que deves colocar a ti próprio

 - Agora que já sabes “como fazes aquilo que fazes” - como fazes os teus Comportamentos - notas certamente, que ainda falta um elemento que promova ou potencie este ou aquele sentimento.
Esse elemento é justamente o Pensamento (organização da transmissão de informação entre os neurónios),  e ainda a Fisiologia (forma como utilizamos o nosso corpo), e que cria um poderoso impacto na forma como nos sentimos.

“O antepassado de todas as acções é um pensamento” – Ralph Waldo Emerson

Os pensamentos podem acontecer a nível consciente, ou inconsciente. Os que acontecem a nível consciente são aqueles normalmente denominados como “discurso interno” e aos quais prestamos atenção. Os inconscientes, que acontecem em muito maior número, são todos aqueles a que não prestamos atenção.

Quando temos um pensamento, em função do seu significado e da sua intensidade (tempo que o mantemos ativo), e também através da repetição, aprofundamento e extensão sensorial que lhe damos – envolvimento dos sentidos -  geramos uma resposta emocional. A conjugação das várias respostas emocionais que acontecem, no sistema neuronal, em todos os momentos da vida, é que geram o Estado Emocional dominante.


Quando alteramos o nosso pensamento, alteramos o nosso sentimento

Portanto, o que realmente está na génese dos resultados que alcanças, são os teus pensamentos e/ou a tua fisiologia, pois é dessa forma que crias os sentimentos que, por sua vez, potenciam os comportamentos.

 - Para que melhor compreendas a importância do impacto da fisiologia na forma como te sentes em certos momentos, proponho-te um ligeiro exercício:
Antes de entrares em competição, querendo estar a um nível elevado, presta atenção à forma como estás a usar o teu corpo: inspira profundamente e enche o peito de ar, levanta os ombros endireitando ao mesmo tempo o pescoço, colocando uma certa tensão muscular nessa zona; inspira com força pelo nariz e ao mesmo tempo vai cerrando e relaxando os punhos algumas vezes.
Como te sentes? O que vais fazer?

Encontrando as melhores respostas para a pergunta: “como faço aquilo que faço?”, podes, depois, encontrar também as tuas melhores respostas, para a pergunta que se segue; “como posso fazer, aquilo que realmente quero fazer? “

Relembro que, todos nós fazemos o melhor que conseguimos fazer com os recursos que temos disponíveis, e que as pessoas são muito mais que os seus comportamentos.

Todos nós acedemos a certos comportamentos, que estão longe de definir aquilo que somos como pessoa.

 

Importante - Nós não somos, a tempo inteiro, pessoas confiantes, ansiosos, tranquilas ou nervosas…Somos pessoas que por vezes, estamos confiantes e outras vezes, podemos estar ansiosos.

Como treinador, como pai, como líder, como ser humano, aceita a pessoa e influencia o comportamento!

E como posso alterar os meus pensamentos? Fica atento às publicações deste blog, porque em breve, iremos explorar esse tema.

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

O Sucesso deixa Pistas

O Sucesso deixa Pistas


Procurei, investiguei, pesquisei, questionei pessoas que alcançaram o sucesso nas mais variadas áreas, para encontrar uma possível fórmula (mágica?) que permitisse a uma pessoa alcançar o sucesso, independentemente do significado atribuído a esse substantivo (sucesso de qualquer tipo).

Confesso...não encontrei!

No entanto, este “estudo” não foi em vão, porque em vez de uma qualquer fórmula, encontrei sim, várias características comuns à grande maioria das pessoas que, efectivamente, tinham alcançado o sucesso a que se tinham proposto.

Como este meu blog, é um espaço de partilha e formação, aproveito o dia de hoje para partilhar consigo os resultados da minha pesquisa.

Sem qualquer ordem pré-estabelecida, de importância ou grandeza, começo com - PAIXÃO e  COMPROMISSO!
A paixão pelo que fazem é de facto uma característica dominante. Apercebi-me que que essa paixão funciona como um qualquer tipo de combustível que fornece a energia necessária para alimentar o propósito de cada uma dessas pessoas. Descobri, curiosamente na área do desporto, alguns casos particulares de sucesso, em que notoriamente a paixão de ser “grande” é de facto a essência e o poder que desperta todo o seu potencial de crescimento - de ser cada vez mais e melhor!

Outra das pistas (característica) que encontrei foi - CRER e QUERER. Todas essas pessoas acreditam naquilo que são – identidade – e naquilo que podem ser. Além do crer, têm associado o querer.                                                                                                      

“O que acreditamos ser verdade, o que acreditamos ser possível, torna-se no que é verdade, no que é possível”

VITALIDADE – É a energia (física, intelectual e espiritual) fornecida pela paixão e pela crença que potencia a vitalidade necessária para “fazer o melhor a partir do que se tem” e despoleta a capacidade para aproveitar e moldar as oportunidades que vão surgindo.

A habilidade para estabelecer RELACIONAMENTOS. Por maior que seja o sucesso alcançado, este verdadeiramente acontece nos recônditos mais profundos do próprio ser. Para que o mesmo possa alcançar o palco do mundo, há que ter a capacidade para estabelecer laços com outras pessoas. Sem essa habilidade para construir e estabelecer relações, o sucesso, a própria excelência, torna-se, de certa forma, oca!

A forma como comunicamos com nós próprios e com os outros determina, em última análise, a qualidade das nossas vidas. O DOMÍNIO da COMUNICAÇÃO é que fortalece, um grande político, um grande pai, um grande professor…um grande treinador. Pessoas que aceitam os desafios que vão surgindo, comunicando a experiência para si próprios de forma a potenciar a mudança das coisas com sucesso. Pessoas que comunicam com os outros uma visão, uma missão!

Os VALORES são, no fundo, os juízos fundamentais, éticos, morais e práticos que fazemos acerca do que é verdadeiramente importante, do que realmente importa. Juízos que fazemos acerca daquilo que faz com que a vida valha a pena ser vivida. O entendimento desses valores é um dos mais importantes e recompensadores desafios, a ultrapassar, no caminho do sucesso.

Como é fácil de constatar, todas estas características interagem umas com as outras e de certa forma alimentam-se umas às outras. Para que todas façam sentido na procura do melhor caminho para o sucesso, há que engloba-las numa dada ESTRATÉGIA., ou dizendo de outra forma, num plano de organização de recursos.
“Um objectivo sem um plano é apenas um desejo”

Nesta minha pesquisa, foi claro para mim, que mais do que possuir os recursos necessários para a consumação de um objectivo, as pessoas que atingem o sucesso, desenvolvem estratégias que permitem encontrar o rumo certo, ao utilizarem esses recursos de forma organizada, consistente e eficaz.


Conclusão
O Sucesso é simples;
1º - Decide-se o que realmente se quer
2º-  Decide-se o “preço” que se está disposto a pagar, para que isso aconteça
3º - Paga-se esse “preço”

As pessoas que sabem o que querem e estão dispostas a pagar o preço necessário para o conseguir, fazem a diferença entre as “pessoas que falam” e as “pessoas que fazem”


No Desporto e na Vida

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Lidar com os resultados

Lidar com os resultados


Em todas as modalidades desportivas, umas vezes ganhamos, outras perdemos. Umas vezes alcançamos o primeiro lugar, outras o segundo ou um lugar no “pódio” e em outras nem isso. Por vezes alcançamos o objectivo, outras não!

Nem sempre, os planos traçados correm de acordo com o planeado. Existem certos momentos em que o resultado alcançado, está longe de ser o desejado.
O que fazer quando isso acontece?

 - No desporto, como na vida, existem expectativas a materializar, metas a alcançar, tarefas a desempenhar, que potenciam resultados, normalmente comparados com resultados anteriores ou com resultados de outros competidores ou concorrentes.   

Esta possibilidade de comparar resultados tendo em conta as expectativas, ou mesmo um qualquer padrão específico vai depois reflectir-se na classificação atribuída aos mesmos; bom, mau; positivo, negativo; suficiente, insuficiente; péssimo, excelente…
Associados a cada um destes grupos, estão emoções completamente diferentes. Umas com que nos sentimos muito confortáveis e até gostamos, outras de que não gostamos nada e que nos fazem sentir muito desconfortáveis
Isto para chegarmos à conclusão que, de facto, existem resultados considerados positivos ou de sucesso e resultados negativos ou de fracasso.

É muito comum, atribuir o significado “fracasso” a um resultado negativo.
Será o melhor?
As consequências deste potencial significado, a que normalmente se associam emoções negativas, tende a ter repercussões muito concretas a nível dos comportamentos. Ao sentir que o resultado foi um fracasso, a dor vai estar presente, apesar de saber que nada pode fazer para alterar o que já aconteceu, pois essa é uma das características do passado - nada se pode alterar!
À partida não parece fazer muito sentido, estar a sofrer por algo que já não pode alterar, pois não?

Para minimizar ou ultrapassar mais rapidamente este “luto”, a Programação Neuro Linguística (PNL) apresenta-nos algumas estratégias, que de facto resolvem eficazmente situações de desconforto emocional.
A minha preferida baseia-se na possibilidade de utilização do conceito de tempo!

 - Analisar o resultado “de agora” à luz de um potencial sucesso “de amanhã”.

Desta forma, o resultado presente deixa de estar associado a uma carga negativa e passa a estar associado a uma carga positiva, potenciadora de sucessos futuros.
Imagine que olha para o resultado que aconteceu, como uma forma útil de aprendizagem que lhe permite, no futuro, não cometer (repetir) os mesmos erros e/ou até como uma mola impulsionadora que facilite ou promova uma alavancagem de futuros sucessos.
Utilizando esta estratégia poderá projectar o futuro como uma pessoa (atleta) com outros recursos e perceber que este resultado lhe irá possibilitar novas soluções que estimulam e indiciam melhores resultados
Como ainda não sabe como vai ser o futuro, são precisamente estas novas soluções estratégicas, que lhe concedem o privilégio de poder criar imagens poderosas e positivas para esse futuro, que lhe permitam lidar com o presente de uma forma emocionalmente positiva e consequentemente gerar comportamentos em consonância com esse estado emocional.
Vai notar certamente que ao transformar o fracasso em nova aprendizagem, este processo se irá reflectir no seu desempenho no presente.

Consegue imaginar o que acontecerá quando os momentos menos agradáveis ou mesmo difíceis forem percepcionados e sentidos como uma nova aprendizagem, logo no presente e não apenas num futuro distante?
Coloque, a si próprio, a seguinte questão;
“Se agora já sei, que um dia mais tarde irei olhar para este “fracasso” como uma excelente aprendizagem a caminho do sucesso, porque não começar a fazê-lo…agora?”
Consegue vislumbrar e sentir os benefícios?


 
 “Não existe fracasso, apenas feedback (o resultado da acção)”


As pessoas estão constantemente a escolher o significado que atribuem ao que acontece. Um bom exemplo que sustenta este princípio é Thomas Eddison. Por cada experiência, que não lhe concedia o resultado que pretendia (das mais de mil que realizou), ele sempre descobria (aprendia) uma nova forma de como…não inventar a luz!



No desporto e na Vida

sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Neuro Liderança e Necessidades Essenciais

Neuroliderança


"A grande motivação do ser humano é a busca do prazer e a fuga da dor e do sofrimento".


Nós fazemos qualquer coisa para evitar a dor e obter prazer.
Normalmente, na nossa vida, encontramos poderosos motivos para nos afastarmos daquilo que previsivelmente nos pode causar dor e/ou sofrimento, assim como, também facilmente, podemos encontrar outros motivos que (previsivelmente) nos fazem aproximar de coisas bem mais agradáveis.
São estas, indubitavelmente, as diretrizes que governam o comportamento humano; “fugimos” do que não queremos, “corremos” atrás do que queremos!
O que fazemos (comportamentos), demonstra a forma que a pessoa encontra para satisfazer uma ou mais das suas necessidades
São estes comportamentos que nos fornecem a energia suficiente para fazer alguma coisa em concreto – a tal de Motivação!

É importante perceber, principalmente para quem tem funções de liderança, que as pessoas têm necessidades diversas e diferentes e que muitas vezes aquilo que nos motiva não é de todo o que motiva outras pessoas.

Para além disso, nós, seres humanos, temos algumas necessidades básicas e essenciais.
 Anthony Robbins, coach, comunicador e escritor americano, identifica algumas Necessidades Humanas Essenciais que o comportamento humano tende a intencionar preservar, proteger ou promover


 “O homem deve criar as oportunidades e não somente encontrá-las”  Francis Bacon

 


Necessidade 1 - Certeza / Conforto / Segurança.

A necessidade de certeza e conforto está relacionada com a habilidade para evitar a dor e obter prazer, levando à segurança e à sobrevivência. Em suma, todos nós buscamos paz, tranquilidade e uma vida em que possamos controlar todos os detalhes e especificidades, para assim aumentarmos os nossos níveis de segurança.

Necessidade 2 - Incerteza / Diversidade.

O ser humano tem necessidade de um certo grau de surpresa, variedade, desafio, diferença e novidade na vida. Sem isso, a vida fica monótona, sem tempero e sem paixão. Quando encaramos a incerteza e o desconhecido, expandimos o nosso entendimento e a nossa compreensão sobre as coisas importantes da vida. Procuramos com frequência a diversidade, fazendo coisas diferentes com muita frequência.

Necessidade 3 - Significância / Reconhecimento

A necessidade de ser importante, de ser reconhecido, original, diferente.
A necessidade de se destacar, de ser original, de receber atenção!
É uma das motivações essenciais para nos superarmos; ultrapassar dificuldades para atingir os resultados pretendidos

 Necessidade 4 – Amor / Conexão.

Necessidade de se sentir aceite, amado, respeitado, etc.
Necessidade de fazer parte de algo, de nos conectarmos com os outros, aderir a um grupo, fazer parte de uma equipa.
Muitos de nós preenchemos esta necessidade recorrendo à espiritualidade

Exercício 1;
Experimente ordenar estas necessidades por ordem da importância, para melhor perceber em si, o que o motiva!
Quando pensa em algo em que deseja ser melhor, por exemplo ser um líder mais poderoso, é possível reduzir essa vontade a uma ou mais destas necessidades. Pode querer ser um líder mais forte para sentir uma maior segurança, mais estabilidade, elevar a auto estima, confiança…   (necessidade de certeza/segurança), ou alimentar a sua necessidades de diversidade, sabendo que aumenta as hipóteses de ser convidado para outros projectos, outros desafios… (necessidade de incerteza/variedade), ou mesmo para ser mais reconhecido, ser mais importante, mais “único”.. (necessidade de reconhecimento/significância) ou até pensar que assim vai conseguir pertencer a uma equipa maior, conectar-se com outras pessoas, que mais pessoas gostem de si… (necessidade de amor/conexão).

Qual ou quais são as necessidades que deve preencher para se tornar um líder mais poderoso?

Exercício 2;
Como treinador, estas necessidades, que são normalmente apresentadas em dois pares de paradoxos -  Certeza vs Diversidade; Significância vs Conexão - mais motiva os seus atletas, ou um atleta em particular?

 - Ao executar este exercício, poderá eventualmente, deparar-se com coisas extraordinárias, já que, normalmente, estas necessidades estão mais presentes no inconsciente das pessoas, norteando o seu próprio comportamento, na procura da satisfação da(s) mesma(s).

Será que aquele atleta que assume por palavras uma maior “Necessidade de Conexão” (fazer parte de uma equipa, fazer coisas incondicionalmente pelos outros, ser igual aos outros). está a ser congruente, ou pelo contrário, apenas o está a demonstrar pelo facto de sentir algumas dificuldades em assumir a sua “Necessidade de Significância” (ser importante, ser reconhecido, ser destacado) por esta ser normalmente pouco aceite ou mesmo condenável no contexto de uma equipa?

E aquele que se diz adepto da criatividade, que diz gostar de assumir riscos, que adora “inventar”... no momento em que é chamado para marcar uma grande penalidade decisiva, logo demonstra que não o querer fazer?



Recomendo, por isso, que se foque mais na Estrutura da Comunicação, para dessa forma mais facilmente poder detectar possíveis incongruências e que tenha sempre presente que quando age de forma incongruente, os outros notam...e muito !

Ao decifrar e ao satisfazer as suas necessidades básicas e essenciais, e as necessidades das outras pessoas, em certos contextos e/ou em certas situações,  promoverá um canal eficaz de comunicação, facilitando os laços de confiança, de correspondência ou até de empatia potenciando dessa forma  uma liderança mais eficaz.

“Às pessoas pouco importa o quanto o líder sabe, até ao momento em que sabem o quanto o líder se importa”


Importante – Ter em atenção que estas necessidades, normalmente estão presentes a um nível inconsciente


No Desporto e na Vida


terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Melhoria gradual das melhorias simples

Melhoria gradual das Melhorias simples

“Somos o que pensamos. Tudo o que somos surge com os nossos pensamentos. Com os nossos pensamentos fazemos o nosso mundo”



Introdução

 Existem crenças (sentimento de certeza em relação a algo) que temos e mantemos na nossa vida pessoal, profissional e desportiva, que controlam as nossas decisões e consequentemente o nosso futuro. Uma das crenças mais importantes que podemos implementar e assumir para nós próprios é a de que, para termos sucesso, precisamos de melhorar constantemente a qualidade das nossas vidas, de crescer de forma sustentável e de expandir a nossa zona de conforto.




Este foi um conceito aplicado pelo Dr. W.Edward Deming, expert americano em controlo de qualidade, na revolução industrial japonesa do pós guerra e que de facto, operou uma mudança de tal forma significativa no “modus operandi” instalado, que permitiu ao Japão, de uma forma consistente tornar-se em poucos anos uma das maiores potências económicas do mundo.
A informação passada por Deming aos japoneses consistia no seguinte: um empenho constante e incessante para aumentar, de forma sistemática, a qualidade dos produtos, todos os dias e em todas as variáveis do mesmo, alavancará a curto, médio e longo prazo, um total domínio do mercado.
E mais: esse aumento de qualidade, não passa apenas por cumprir um determinado padrão, sim por um processo dinâmico de constante melhoria.

Os japoneses compreenderam bem este princípio, de que pequenos melhoramentos feitos todos os dias, começam inevitavelmente a criar melhorias acumuladas, a um nível muito elevado e adoptaram a palavra KAIZEN para o definir.


Na verdade, a palavra Kaizen (pouco traduzível para outra língua) significa literalmente, em japonês, “Melhoria Constante” e baseia-se no princípio da Melhoria Gradual das Melhorias Simples.





Desporto
Adaptado e aplicado nas áreas do desporto, este conceito permitiu a um dos técnicos de basquetebol mais bem sucedido dos EUA, Pat Riley, (anos 80) revitalizar a equipa dos Los Angeles Lakers, recuperando em 1987 o titulo de campeão.
Riley sentiu que tinha pela frente um grande desafio, depois de constatar que a grande maioria dos seus jogadores, pensava ter alcançado na temporada anterior o máximo do seu potencial, e mesmo assim perderam um jogo.
O desafio era encontrar um plano viável que catapultasse os seus jogadores para um nível ainda superior.
Pat Riley utilizou então nessa época, e nas posteriores, uma estratégia completamente nova nos anais do basquetebol americano, que passava por “convencer/influenciar” os jogadores a aumentarem em um por cento a sua qualidade de jogo em relação ao melhor que, individualmente já tinham conseguido.
Parecendo uma melhoria ridiculamente pequena a verdade é que, aplicada a cada um dos doze jogadores da equipa, nomeadamente no seu desempenho em campo nas diversas componentes do jogo, o esforço combinado traduziu-se num  aumento de 60 por cento na eficácia colectiva!
Nota- Quase todos os jogadores melhoraram em pelo menos dez por cento as suas capacidades individuais, tendo alguns atingido mesmo os cinquenta por cento!
– O verdadeiro valor desta estratégia, reside na capacidade de influência do Líder, para que as pessoas acreditem, de forma congruente, que é possível e mais do que isso, possam a ter a certeza que conseguem melhorar em um por cento as suas performances

“A única verdadeira segurança da vida, provém de sabermos que todos os dias melhoramos de alguma forma”

- Recorde que o segredo do sucesso é desenvolver uma noção de certeza – o tipo de crença que  permite expandir-se (alargar a zona de conforto),  iniciar as acções necessárias para melhorar a sua vida pessoal e crescer.

Desenvolvimento Pessoal
Ao aplicar, eu próprio, esta filosofia, empenhando-me em melhorar de forma constante e incessante os meus padrões de qualidade de vida, noto claramente que os resultados, são fantásticos.
Assim, tendo como objectivo partilhar de forma simples este conceito, para que todos os que queiram possam usufruir do mesmo, criei uma mnemónica MCI, que traduz na realidade, o conceito exposto.
Melhoria
Constante e
Incessante

 A sigla MCI, constitui nada mais nada menos, de que uma “âncora” (estímulo associado a uma resposta específica) que cada um pode utilizar à sua maneira, tendo em conta o objectivo do processo – Melhoria Constante e Incessante.
MCI é um princípio que pode utilizar em todos os aspectos da sua vida, acreditando eu que o nível de sucesso que experimentará, estará ligado directa e proporcionalmente ao empenho e ao compromisso com o mesmo. É um processo de melhoria gradual, por mínima que seja, cujos resultados aparecerão mais tarde…ou mais cedo!
MCI é um processo que exige acção e dedicação. Não significa ausência de dificuldades, significa sim, a estreita observância e compreensão do nível em que nos encontramos e a crença de que podemos aceder a um nível ainda mais elevado.

 “Não me preocupo em manter a qualidade da minha vida, porque todos os dias trabalho para a melhorar”



Conclusão

Coloque a si próprio a seguinte pergunta:
Na vida pessoal, nos relacionamentos, nos negócios, no desporto, na saúde, nas finanças… como posso promover uma melhoria constante e incessante em cada uma das áreas da minha vida?

Responda, desenhando e construindo  o seu projecto “MCI”, promovendo em seguida as acções necessárias para o seu desenvolvimento.
Qual o melhor momento para começar? AGORA!


No Desporto e na Vida




sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Comunicação do Treinador/Líder

Comunicação do Treinador


Quando falamos para um grupo de pessoas, podemos tomar consciência da espantosa diversidade das reacções humanas, notando quão diferentes são as reacções das pessoas, face a coisas idênticas!


Enquanto líder pode falar  sobre espírito de equipa, autoconfiança, compromisso, solidariedade, princípios e valores…e, enquanto uns se transfiguram, outros aborrecem-se para a vida. Conta uma piada no meio e uns riem-se à gargalhada, outros, nem um músculo facial mexem.

Fica-se com a noção de que, cada pessoa tem uma “linguagem mental” diferente!

Sim, é mesmo verdade, e isso acontece porque de facto as pessoas são diferentes - umas vêm o copo meio cheio, outras meio vazio.

Algumas pessoas, ao assistirem a uma palestra sobre motivação, ficam mais excitadas, cheias de energia, motivadas, enquanto outras não reagem de todo!

 - Como cita Bernard Shaw “se se dirigir às pessoas na escala certa, pode dizer qualquer coisa. Na escala errada, não há nada que possa fazer”.

A mensagem mais inspiradora, a critica mais sagaz, o estímulo mais eficaz, são completamente inúteis, salvo se, intelectual e emocionalmente forem entendidas e percebidas por quem a recebe.
Se pretende ser um excelente comunicador, um mestre em inspiração e motivação ou até em persuasão, tem que saber encontrar a escala certa.

A Programação Neuro Linguística (PNL) indica-nos o caminho certo a percorrer para poderemos encontrar a escala certa, através da descodificação dos padrões internos de comportamento mais presentes numa dada pessoa e mesmo dos padrões de representação e de organização da experiência que conduz a esse comportamento.
De uma forma mais simples; o que leva uma certa pessoa a decidir (muitas vezes inconscientemente) aquilo a que deve prestar mais atenção.

Da teoria à prática:
Todas as acções do ser humano giram em torno de estímulos específicos que direccionam e conduzem a pessoa para um certo comportamento (empreender a acção) que mais possibilite, aproximar-se daquilo que quer  ou... afastar-se daquilo que não quer.

A busca do prazer ou a fuga da dor!

No desporto em particular, existem pessoas (atletas) que adotam comportamentos que permitam aumentar as probabilidades de vencer e outros que seguem outro caminho, adotando comportamentos que aumentem a probabilidade de não perder.

 - Em contextos diferentes, estou em crer que, neste momento, existem pessoas que estão a ler este artigo porque apreciam as áreas de desenvolvimento pessoal, que querem aprofundar os seus conhecimentos e desenvolver outras competências nas componentes mentais aplicadas ao desporto (e/ou à vida) e outras que estão a ler este mesmo artigo porque receiam ser apelidadas de incompetentes ou por temerem não ter uma eficiente e apropriada formação, nestas áreas.
A uns e a outros, recomendo que continuem a desfrutar da leitura, já que têm motivos para tal; seja a busca do prazer ou a fuga da dor!
Pode, inclusive, dar-se o caso de o leitor se sentir motivado em simultâneo, pelas duas razões expostas, acreditando eu que, mesmo nesse caso, uma das razões esteja mais presente do que a outra. Verdade?


Entendendo os Padrões Mentais, pode a partir daí, aumentar muito a probabilidade de passar a sua mensagem de forma mais clara e eficaz, quer seja para o grupo quer para um atleta individualmente!


  
Se, como treinador, como líder, pretende passar a sua mensagem com um maior grau de eficácia, tenha sempre presente que a estratégia a utilizar estará inteiramente dependente da estratégia da(s) pessoa(s) com quem está a lidar.

Usando a escala errada, estará a perder o seu tempo, pois pode estar a tentar movê-la(s) em direção a algo, quando tudo o que pretende(m) é encontrar uma boa razão para recuar.






"Pode tentar vender automóveis realçando a potência do motor, a velocidade, a cor sensual, ou enfatizar a segurança, o baixo consumo, a manutenção barata…. Tudo depende da estratégia do comprador"

Muito importante – Ao lidar com estes princípios, tenha em conta que não está a lidar com absolutos. Todas as pessoas se movimentam em direcção a alguma coisa e para longe de outra. Ninguém reage da mesma forma a cada estímulo, embora toda a gente tenha um modo dominante, uma forte tendência para se dirigir numa direcção ou noutra.


No Desporto e na Vida



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quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Fadiga Mental / Cognitiva

Fadiga Cognitiva

Quem estará melhor preparado para enfrentar os desafios que se avizinham?


Futebol de alto rendimento exige Concentração. Quanto maior a intensidade de concentração, mais elevada se torna a possibilidade de, no momento de tomada de decisão, o critério ser o mais adequado.

 Para jogar bem é preciso pensar e pensar (bem) exige concentração. Pensar, tendo em conta os princípios do jogo colectivo determinados, exige muita concentração.


É, de certa forma natural, que muitas vezes a Fadiga Mental preceda a Fadiga Fisiológica.

Para melhor se compreender o conceito de Fadiga Mental / Cognitiva, interessa saber o que são Cargas Cognitivas / Mentais.
Dois exemplos:
    - Complexidade e/ou dificuldade nas tarefas.
  Quando o jogador, ser humano, enfrenta tarefas de grau de complexidade ou dificuldade elevado (interação com os outros elementos da equipa) o “sujeito” enfrenta uma exigência maior dos seus recursos cognitivos

   - Enfrentar situações de desgaste emocional elevado ou stress acumulado
 Situações desconhecidas de enorme transcendência, onde o “sujeito” tem que recorrer aos seus conhecimentos, ou hábitos.

Entendo que, qualquer equipa de alto rendimento, submetida a treinos contínuos e de intensidade elevada está, normalmente, capacitada para resistir fisiologicamente às exigências de um jogo.

O desafio está nas componentes mentais/emocionais exigidas em alta competição, principalmente com o avolumar do número de jogos.
Na resposta a este desafio estará a diferença que pode fazer toda a diferença!
Estar com concentração máxima, “receber” os estímulos corretos, nos momentos certos e responder de forma coletiva às várias situações de jogo é o que se exige a uma equipa de alto desempenho.

Ter que ganhar, ganhar…e ganhar todos os jogos jogando por vezes três vezes por semana exige bastante treino cognitivo.

A melhor forma de combater a fadiga cognitiva é criar novos hábitos, que é o mesmo que dizer, levar para o inconsciente o que antes era consciente e dessa forma, libertar outros espaços do consciente para resolver, no momento e da melhor forma, problemas que possam surgir

 - Fora do âmbito do futebol ou de qualquer outra modalidade de alta competição, quando, na nossa vida, estamos submetidos a uma ansiedade elevada (stress) ou situações fora da nossa rotina habitual, é mais normal submergimos a um certo cansaço que nos dificulta o aceder às melhores respostas para resolver problemas que vão surgindo.


Isto é Fadiga Mental / Cognitiva - que também se atenua com treinos específicos!

No Desporto e na Vida