sábado, 24 de fevereiro de 2018

A Sorte e o Azar

Bola ao poste; uma questão de pontaria?


- “O encontro da preparação com a oportunidade gera o rebento a que, normalmente, chamamos sorte”
 
Extremando e ironizando um pouco no conteúdo inicial deste artigo, começo por dizer que, por vezes, gosto de pensar que uma bola ao poste não tem nada a ver com “azar” ou com “sorte”, sendo mais uma questão de pontaria!

No mundo do desporto exigem certas crenças, bastante enraizadas, que tendem a responsabilizar a “pata do coelho” ou o “gato preto”, e mesmo certos factores “mágicos” ou “esotéricos”, para justificar alguns resultados.

Culpar a sorte ou o azar – além de outras coisas mais - é, em primeiro lugar, um argumento (desculpa?) que em certas ocasiões faz muito jeito usar, a fim de não assacar ou minimizar as responsabilidades próprias sobre o que
aconteceu, ou está a acontecer, servindo inclusivamente como paliativo para a dor.


Só que um paliativo, não passa disso mesmo…um paliativo; recurso para atenuar um mal ou adiar uma crise.

Desculpas que aliviam a dor e que dificilmente “atacam” a verdadeira causa de um desempenho menos conseguido e/ou de uma qualquer situação incómoda provocada pelo mesmo.

Culpa-se a pata do pobre coelho ou usa-se a cor do gato e…vira-se a página.

No desporto hipercompetitivo e profissionalizado destes novos tempos, tem todo o fundamento a expressão:
“Quanto mais treino e mais trabalho durante a competição, mais sorte tenho!”

Em suma:
Sou eu que, direta ou indiretamente, vou para o jogo. Verdade?
Então qual a necessidade de me desculpar com algo, eventualmente fortuito, mágico e/ou esotérico - “estranho” a mim - para justificar algo que não correu como eu desejava?

O desporto está muito longe de ser um jogo de sorte e azar.
Quanto melhor me preparar mais hipóteses tenho de alcançar bons resultados!
Se algo não corre como desejo, se o resultado não for aquele que pretendo, terei que analisar as razões para que tal tenha acontecido, como forma de aprender a fazer diferente numa próxima vez.

Escamotear ou entrar em negação sobre os nossos próprios erros, relegando para “terceiros” a responsabilidade da maioria das coisas menos boas que acontecem é, a meu ver, uma das formas mais eficazes para… continuar a cometer os mesmos erros.
 - Se algo não corre como desejas, em vez de te refugiares em “forças estranhas” para justificar esse facto, foca-te no que estás a fazer bem e no que estás a fazer menos bem, até encontrares a melhor forma para, no futuro, fazeres diferente, potenciando assim o teu crescimento.

Depende essencialmente de ti.
No DESPORTO e na VIDA

- Sorte e azar existem, mas as causas e circunstâncias que disparam esses eventos e os mecanismos como se processam são absolutamente desconhecidos
 - Há que se distinguir o que é "sorte" ou "azar" daquilo que é provocado pela lei da causalidade e/ou do imponderável. Se é rotineiro, e conforme sejam as consequências positivas ou negativas, pode-se dizer que é "sorte" ou "azar", desde que "independa" das acções do agente.
 - O imponderável (tomado como substantivo e em seu sentido figurado) existe e pode ser definido como aquilo que não se pode medir, avaliar ou prever, podendo acontecer em qualquer momento e em qualquer lugar, sem causas aparentes ou por causas desconhecidas. Nada se pode fazer para evita-lo.

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Alto Desempenho

Desafio vs Ameaça




 - Durante o inverno é normal e natural que as condições para a prática do desporto ao ar livre, sejam mais agressivas.

A questão é: Como reagir?

Exemplo; 
Dois atletas bem preparados para a competição que se avizinha, chegados ao local do evento são confrontados com condições climatéricas bastante adversas. Chove copiosamente, o piso está alagado e o vento sopra com rajadas fortes.


Atleta A “Odeio quando isto acontece. Não consigo ter um desempenho adequado com estas condições. Não sei o que faça… “

Atleta B “Este tempo torna as coisas menos fáceis, mas a verdade é que já tenho treinado e até competido em condições iguais ou parecidas, já consegui inclusive excelentes desempenhos e no fundo todos os que vão competir estão nas mesmas circunstâncias”

Claramente que o atleta A projecta este cenário como uma Ameaça, enquanto o atleta B vê o mesmo cenário como um Desafio.
Qual deles, na sua óptica, terá mais possibilidades de alavancar uma performance elevada?

Na prática, para um desportista a Ameaça tem, por norma, a aparência de Fracasso.
A nível mental (muitas vezes fruto de um processo inconsciente) a motivação - o motivo para a acção -  será para se proteger da Ameaça…. para se afastar da possível dor.
 - A confiança diminuirá, por se sentir pouco capaz para enfrentar a situação, pois essa é a razão porque se sente ameaçado.
 - O seu foco tenderá em direcionar-se para se proteger da ameaça. 
 - Fisicamente o seu corpo alinhar-se-á com a sua mente; os músculos irão contrair-se mais, a respiração ficará mais presa e a postura corporal estará longe de ser a mais apropriada.
A Ameaça com aparência de fracasso surge por o atleta acreditar que haverá sérias consequências por não alcançar os objetivos. A ironia é que quando se reage às ameaças, construídas pelas preocupações, na verdade está a promover aquilo que é mais ameaçador…o Fracasso!

Quando o atleta se sente Desafiado, tende a ter expectativas mais positivas. Acredita que é capaz de superar os obstáculos e conquistar aquilo a que se propõem.
 - A mente mobiliza e direciona a motivação para aquilo que realmente quer e deseja – o sucesso.
 - A confiança aumenta, assim como a coragem e o entusiasmo.Sentir-se-á mais inspirado. 
 - Fisiologicamente o corpo reage em consonância; o atleta sentirá uma maior mobilização e descontração a nível muscular; a respiração será mais constante; a quantidade certa de adrenalina fornecerá a energia necessária para que se sinta capaz de…!
No fundo, tanto a nível mental como a nível físico estará direcionado para triunfar (de acordo com o Desafio), aumentando exponencialmente as possibilidades de Sucesso.

Sentir que o que aí vem, constitui uma Ameaça ou um Desafio, depende da mente!
Com a mente focada no Desafio, não existe Ameaça, não existe medo do Fracasso
Muito raramente a situação tem a ver com aquilo que realmente se passa (realidade?) e sim com a forma com o atleta perceciona essa “realidade”.
Oriente a sua atenção, o seu foco, para o Desafio e para o Sucesso.

No Desporto e na Vida


sábado, 17 de fevereiro de 2018

Definição de Objectivos - (II) Métodos

Pensamento I Sentimento I Comportamento


Razão, Emoção e Acção

- Depois de termos explorado, na última publicação, os Princípios a considerar numa correcta Definição de Objectivos (a fim de facilitar a consecução dos mesmos) vamos hoje abordar a segunda parte do tema, explorando os Métodos de Definição, para assim podermos passar da fase da mera Intenção, ao que realmente interessa – concretização de Resultados


                                                            Naturalmente, já existem diversos métodos de formulação e definição de objectivos, sendo que, depois dos fantásticos resultados alcançados por dezenas de pessoas com quem trabalho, partilho convosco nesta publicação, o modelo da minha preferência que, mais do que facilitar e potenciar os resultados pretendidos, serve essencialmente de guia, para os passos a desenvolver.

Este modelo, baseia-se em processos exploratórios do sistema de interações, organizadas de forma complexa, na nossa mente. Recorre à mente racional (a que pensa) e à emocional (a que sente), mobilizando a razão e a emoção, a lógica e a imaginação.

- Para potenciar e facilitar a concretização de um objectivo, este deve ser SMART - específico, mensurável, acionável, realista e temporal.         
ESpecífico – Delimitar no “alvo” aquilo que realmente quer atingir, evitando ambiguidades e abstrações na formulação. Se vai para um ginásio com o objectivo de perder peso, especifique quantos kilos (ou gramas!) quer efectivamente perder. Transforme o desejo num Objectivo.
Mensurável - “O que não se pode medir, não se pode gerir” - Peter Drucker. As metas devem ser mensuráveis. Em certos momentos, compare os resultados que vai conseguindo, com o resultado final do objectivo, para dessa forma aferir sobre o caminho que está a trilhar e saber assim se, de facto, é o mais conveniente. "Até agora perdi (x) kilos, falta perder (x). Será este o caminho certo?"
Acionável – O objectivo deve ser definido, implementado, mantido e controlado pela própria pessoa. Tem que depender de acção própria. Se permitir que outros o controlem, o objectivo passa a ser dessas pessoas e não seu. Se não for acionável pelo próprio, é mais uma fantasia do que um verdadeiro objectivo.
Realista – Acredita na viabilidade do projecto? É você mesmo, independentemente do que outras pessoas podem pensar, que tem de acreditar na possibilidade de atingir esse objectivo. Formule objectivos inspiradores, ambiciosos, suficientemente estimulantes e viáveis de consecução, para que os mesmos sejam suficientemente críveis para si. Se define um objectivo em que, você mesmo não acredita, isso é uma parvoíce e não um objectivo. “Claro que acredito que vou conseguir perder peso e até superar a marca que estabeleci”
Temporal – Defina as suas metas no tempo. “Qual a data que vou fixar para a concretização deste objectivo?” Não tendo uma data definida, a probabilidade de procrastinar, em relação às acções a desenvolver, aumenta. Estabelecendo uma data limite, a possibilidade de isso acontecer é muito maior, aumentando exponencialmente até, a possibilidade de o conseguir antes da data prevista! “Vou conseguir perder os kilos que determinei, até ao fim do mês de…”


Como é fácil detectar, este método é sustentado na sua essência pelo raciocínio lógico, pelo pensamento, pela mente racional. Adicionando-lhe algumas premissas, mobilizadas pela mente emocional, os objectivos tornam-se muito mais poderosos, aumentando significativamente a probabilidade de os alcançar.
O que proponho com este meu modelo é que ligue ao método descrito, algumas componentes emocionais, para fortalecer exponencialmente o mesmo e ao mesmo tempo potenciar a sua consecução.

Dor e Prazer – Como já sabemos, por publicações anteriores neste blog, o ser humano tem como polo de condução, a fuga da dor e/ou a busca do prazer. Tudo o que faz ou deixa de fazer é por um destes dois motivos; afastar-se do que não quer ou aproximar-se do que quer.
Sempre que estiver focado num dado objectivo, é muito importante associar ao facto de não o conseguir atingir, alguma frustração, algumas emoções negativas e mesmo dor. Ao invés, é imprescindível projectar internamente imagens e sensações de júbilo, de muito entusiasmo e de muito, muito prazer, sempre que se veja a ter sucesso, sempre que se associe ao facto de o conseguir alcançar.
Verbalizar e Partilhar – Quando verbaliza o seu objectivo, para si mesmo ou para os outros, convém que o faça de forma emotiva. Use o seu corpo, as suas expressões, o seu método próprio, para se sentir emocionalmente envolvido com o objectivo quando o verbaliza. Pode mesmo imaginar que já o conseguiu alcançar, vendo agora o que sabe que irá ver nesse momento, ouvindo o que vai ouvir, sentindo o que vai sentir…Explore o facto de, a sua mente, não conseguir distinguir a imaginação da realidade para consolidar certas ligações neuronais. Utilize o Condicionamento Neuro Associativo, para consciente e inconscientemente, programar e reprogramar a sua mente, de forma a alavancar as suas metas. “Já me consigo ver bem mais leve, a rejubilar de prazer, com toda a malta amiga a dar-me os parabéns pela minha nova aparência”

“O início de um hábito é como um fio invisível, e a cada vez que o repetimos o acto reforça o fio, acrescenta-lhe outro filamento, até que se torna um enorme cabo, e nos prende de forma irremediável, no pensamento, no sentimento e na ação.”Orison Marden

Por fim, depois da abordagem Cognitiva – ligada ao pensamento, à compreensão e ao processamento da informação - da abordagem Emocional – ligada aos aspectos afectivos que acompanham a nossa vivência - resta explorar a Conação – dinamização para a acção por factores intencionais e motivacionais da própria pessoa -  sem a qual nada do que acima está descrito fará sentido.

PLANO de ACÇÃO - Definidos que estão os objectivos, para que a teoria se transforme em prática, tem que estar fortemente motivado para entrar em acção, desenvolvendo um plano que o possa transportar para o resultado final
Um objectivo sem um plano, não é um objectivo.

O plano que lhe desenho hoje, foi-me “oferecido” pelo Coaching como uma das ferramentas que, no processo de definição de objectivos, mais garantias dá ao desenvolvimento de acções fiáveis, direccionadas e bastante potenciadoras.

Plano de acção invertido – A estratégia dominante é a de dividir a “grande meta” em metas mais pequenas, mais rápidas e mais facilmente atingíveis, que conduzem depois ao objectivo final.
Implementação - Comece pelo tempo que definiu para a consecução do objectivo, e regrida no tempo, percebendo que acções (tarefas) intermédias pode desenvolver:
Ex: “Até ao fim do mês de Julho, vou perder 8 kg” – “O que tem de acontecer durante o mês de Junho para que no final do mês Julho tenha menos 8kg?”
 - Encontre as suas melhores respostas

Faça nova regressão no tempo e…
“No fim do mês de Junho, já terei perdido 6kg” – “O que tem de acontecer até ao final do mês de Maio, para que no final do mês de Junho já tenha perdido pelo menos 6Kg?
 - Encontre as suas melhores respostas

E assim sucessivamente, sucessivamente, até ao dia de…AMANHÃ

Não, não existe qualquer fórmula secreta que garanta, a cem por cento, que vai atingir os objectivos a que se propõe. Uma coisa lhe garanto, utilize um método eficaz na formulação dos mesmos e ficará muito mais perto de o conseguir.                                 No Desporto e na Vida

terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

Definição de Objectivos - (I) Princípios

Objectivos Inspiradores


 - Quando definimos um objectivo, ele tem que ser estimulante o suficiente para que… valha a pena. Deve expressar a essência de si mesmo como pessoa e despoletar uma forte vontade de entrar em acção. De dar o primeiro passo!


 - Mesmo que lhe entregue as melhores “ferramentas”, através deste meu blog, elas serão completamente inúteis se não souber em que as quer aplicar. Nada se consegue atingir sem saber o que realmente se quer atingir.

 “O que é que quer? Sim, o que é que, realmente quer?"
 - Saber o que realmente quer, determina o que vai conseguir. Antes de as coisas acontecerem no mundo externo, acontecem no mundo interno. Quando tem uma representação interna do que quer, essa representação programa a sua mente e o seu corpo para atingir o objectivo

“Vencer começa com começar”

Agora, que já encontrou as suas melhores respostas, para as perguntas iniciais, e antes de iniciar o processo de formulação de objectivos, passo-lhe algumas recomendações que deve ter em consideração e alguns princípios que deve observar, para assim tornar as suas metas mais realistas, mais facilmente atingíveis, mais inspiradoras e mais motivantes.

Formule e expresse os seus resultados em termos positivos;
 - Diga para si próprio (se escrever ainda melhor) o que realmente quer alcançar e não o que quer evitar
 - Defina a direção do seu movimento, de forma a aproximar-se cada vez mais do prazer e não a direção para se afastar da dor
 Os seus objectivos devem dirigi-lo para a vitória, para o sucesso e não para a “não perder”, para o “não fracassar”.

Especifique os seus obectivos, o quanto possível;
Desafie-se, estabelecendo uma data ou limite temporal para o alcançar.
 - Defina quando, onde e com quem quer atingir esse resultado concreto
 - Envolva-se sensorialmente, ao formular o objectivo, usando todos os sentidos;
 - Especifique o contexto em que o quer atingir;

 Meça o seu progresso;
É muito importante saber se o caminho que vai trilhar é o caminho certo
 - Decida como obterá evidência e feedback sobre a sua evolução
 - Escolha uma forma de monitorizar a sua evolução, para estar seguro de que está no caminho certo
Pode também escolher, prestar atenção às reações das pessoas mais próximas de si, como uma forma de aferir a sua evolução.

Disponibilize os seus recursos;
 - Avalie os recursos que possui e os que necessita para alcançar o objectivo
 - Que capacidades precisa de desenvolver e quem o pode ajudar a alcançar esse objectivo?
 - Existe alguma coisa que o possa impedir de alcançar os resultados que pretende?

Tenha um procedimento de evidência;
Como vai saber que seu objetivo foi alcançado?
 - Visualize, o seu aspecto, o que irá sentir, o que vai ouvir das outras pessoas, depois de ter ultrapassado uma etapa, depois de ter alcançado uma meta, depois de ter atingido o objectivo.
 - Que outras pessoas irão notar (saber)?

Avalie o custo;
- Pense no quanto lhe pode custar alcançar esse objectivo, e o que está disposto a pagar por ele
 -As coisas que terá de abdicar para manter o foco no objectivo, no tempo que irá investir, nas suas finanças, nas oportunidades que poderá perder; em como manter as coisas que já tem e que não quer perder…
 - Pense em quem possa, eventualmente, ser afectado e no que mais pode acontecer depois de ter atingido o objectivo.

Seja você a controlar;
 - Deve ser você a iniciar e a manter o objectivo;
 - Certifique-se que o resultado está sobre o seu controle directo ou de influência;
 - Avalie o que efectivamente pode fazer para atingir o objectivo e quem o pode ajudar.

Verifique que o seu resultado é ecologicamente são e desejável;
 - Projecte no futuro as consequências do seu resultado e se o mesmo não o vai afectar a si nem a outras pessoas
 - Pode este meu resultado beneficiar-me e ao mesmo tempo beneficiar outras pessoas?

Formule um plano de acção;
 - Um objectivo sem um plano de acção é apenas um desejo, uma ideia inútil
 - Pode, se lhe for útil, dividir o trajecto em etapas, em metas específicas, para assim, mais facilmente ultrapassar os obstáculos que pode encontrar;
 - “Desenhe” o primeiro passo e projecte os passos seguintes…e os seguintes!


“As pessoas não são preguiçosas. Elas têm, muitas vezes, objectivos impotentes – isto é, objectivos que não as inspiram” – Anthony Robbins


No Desporto e na Vida









sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

Motivação e Inteligência Emocional


Motivação


Gosto de definir Motivação como uma força ou um conjunto de forças interiores que orientam os comportamentos da pessoa no sentido de alcançar um determinado objetivo.


A origem etimológica da palavra - do latim “movere” - que significa mover, sugere que “motivação” pressupõem movimento.


Logo, de uma forma mais simples e dividindo a palavra, podemos definir Motivação como - Motivo para a Acção.


Motivação é um dos fatores mais evocados no desporto, pela reconhecida importância que a mesma tem na performance dos atletas.
Expectativa Projectadas - “Qual o motivo que potencia a acção?”
Ter consciência de que a motivação é um processo interno e pessoal é tão necessário quanto fundamental, pois coloca a pessoa como responsável pelo que lhe acontece, em termos de motivação, desviando-a de qualquer processo reactivo, que possa tender em colocar a responsabilidade nos outros ou fora de si mesmo. 

Podemos avançar em direção ao que queremos ou, pelo contrário, avançar no sentido contrário, para nos afastarmos do que não queremos. Ou encontramos motivos para nos aproximarmos de algo que nos dará prazer, ou motivos para fugir de algo que, pressupomos, pode causar dor. Ex; “quero ganhar” vs “não quero perder”; "quero ter saúde" vs "não quero adoecer"

Pela experiência que tenho tido, com inúmeros atletas e equipas com quem tenho trabalhado como Coach, não me sobram dúvidas que, quando os atletas seguem a direção do “prazer”, o foco na tarefa e o rendimento tendem a aumentar.

Alguns cuidados a ter em conta;
a) Na Motivação por Afastamento (fuga da dor), pode acontecer que, quanto mais se afasta dos problemas, menos graves lhe pareçam, baixando dessa forma os índices de motivação.
b) Na Motivação por Aproximação (busca do prazer), o foco mais intenso na tarefa pode, eventualmente, derivar para uma menor atenção a problemas/obstáculos que possam surgir

Nota;
As pessoas tendem a utilizar a mesma direção de motivação em situações e contextos diferentes. Segundo estudos mais recentes, a maioria das pessoas move-se por afastamento

Consoante o estímulo e/ou a recompensa, podemos também dividir a motivação, em extrínseca e intrínseca.

Na Motivação Extrínseca o estímulo vem de fora, através de factores externos, como por exemplo; reconhecimento público; exemplos inspiradores; discurso do líder; um prémio financeiro…etc. 
Tipo de motivação, muitas vezes traduzida em recompensas - por proporcionarem prazer ou satisfação que a tarefa em si mesmo pode não proporcionar -  sendo, mesmo assim, relevante por poder criar um ambiente mais estimulador.

Mais importante, e que pode fazer a diferença por potenciar altos patamares de rendimento, é a Motivação Intrínseca
A motivação gerada por necessidades e motivos da própria pessoa, que estimulam certos comportamentos, fomentadores de acções que mais a aproximam do resultado pretendido, e que advém do prazer pessoal que obtém da satisfação em complementar uma tarefa ou simplesmente de trabalhar nessa tarefa.

 A motivação intrínseca proporciona a energia necessária a um esforço superior, potencia a superação de limites, eleva os níveis de auto-confiança e auto-estima, fortalecendo também a capacidade de persistência.

Existem também factores de ordem emocional potenciadores de um certo tipo de motivação. São fatores internos ou externos, individuais ou colectivos, que estimulam emocionalmente o atleta, potenciando aquilo a que chamamos de Motivação Emocional. Um tipo de motivação extremamente forte, rápida e possibilitadora de elevado rendimento, particularmente de ordem física ou neurofisiológica. São estímulos motivacionais usados de forma recorrente nos momentos que antecedem a competição.
O aspecto menos positivo da motivação emocional reside no facto de, perante uma contrariedade, se poder desvanecer rapidamente.

Por esse motivo se recomenda que a mesma seja acompanhada por estímulos de ordem mais racional e lógica, sustentados no conhecimento e em dados concretos, que potenciam outro tipo de motivação – Motivação Cognitiva – que apesar de ser menos intensa, tem uma maior durabilidade e permite manter a atenção (foco) no que é realmente importante, numa dada situação ou num certo contexto.

Inteligência Emocional
Daniel Goleman, psicólogo, escritor, jornalista, investigador, membro da direção do “Mind and Life Institute” e membro da “American Association for the Advencement of Science”, no seu “Best-Seller” – Inteligência Emocional – enumera algumas características da mesma, nomeadamente;

 - “A capacidade da pessoa se motivar e persistir a despeito das frustrações”
 - “A capacidade de controlar os impulsos e adiar a recompensa”  
 - "A capacidade de regular o seu próprio estado de espírito e impedir que o desânimo subjugue a faculdade de pensar"                                                                             

No desporto e na Vida


quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

Alta Perfomance com Coaching e PNL

Alto Rendimento com PNL


O que distingue um atleta que consegue elevados desempenhos desportivas, é a sua capacidade mental…a sua “mentalidade” –  a forma como o seu “jogo interior” influencia a sua prestação.


O Coaching e a PNL, oferecem-nos elementos essenciais, técnicas e ferramentas, que aplicadas de forma eficaz, na disputa do tal jogo interior, facilitam o desenvolvimento de outras capacidades que potenciam um aumento significativo da possibilidade de desenvolver prestações superiores, e dessa forma atingir rendimentos mais elevados.

Como minimizar os efeitos de uma derrota, ou de uma prestação menos conseguida? Como lidar com momentos de pressão mais elevada? Como encontrar os estímulos mais adequados para que um atleta individual ou uma equipa, consiga estar suficientemente motivada? Como criar e gerir estados emocionais potenciadores de atitudes e comportamentos adequados, face aos resultados que quer alcançar? Como desenvolver dinâmicas individuais e grupais facilitadoras de rendimentos superiores? Como desenvolver níveis de confiança elevados? Como manter o foco, no que realmente é importante? Como sintonizar objectivos pessoais com os objectivos de uma equipa?

Estas são algumas questões que se colocam quando abordamos estas temáticas e cujas respostas se podem encontrar, explorando os processos de Coaching e as “ferramentas” da Programação Neuro Linguística (PNL).

O corpo e a mente, são dois sistemas diferentes, que pertencem ao mesmo sistema global. O que fazes com o corpo tem repercussões na mente, o que fazes com a mente tem repercussões no corpo. A forma como utilizas o teu corpo e a forma como “trabalhas” a tua mente, determina em grande parte, o sucesso ou o fracasso.

O corpo responde de forma directa às construções mentais, portanto se representares mentalmente, de forma adequada e congruente, o sucesso, o corpo reage e responde em consonância. 

- Depois de em 1954, ter sido alcançada a marca dos 4m01s, na milha, durante décadas especialistas de todo o mundo disseram que essa marca era impossível de ser batida, por causa das limitações próprias do corpo humano.

Alguém se esqueceu de o dizer a Roger Bannister!

O atleta britânico fez da quebra dessa marca a sua obsessão!
“Como atleta e estudante de medicina, não acredito nesse limite. Acredito que, eu próprio, se tudo estiver certo, num dia bom, posso baixar a marca dos 4m ” – disse Bannister

De facto, passado algum tempo, Roger Bannister alcança a incrível marca de 3m59s4d.
O incrível é que, algum tempo depois, quando foi receber a condecoração “Comandante do Império Britânico” atribuída pelo governo, já não era o detentor do record da milha.
Bastaram 46 dias, depois de muitas décadas sem ninguém o conseguir, para que fosse batida.
Depois disso, dezenas de atletas conseguiram baixar dos 4 minutos - A “marca impossível de bater”


 “A realidade, não é a realidade. A realidade é a forma como tu percepcionas a realidade”

Sim, é verdade, tu podes construir intencionalmente, através das tuas representações internas, a realidade que mais te convém e que melhores resultados te pode oferecer, criando um estado possibilitador e assim activar certos neurotransmissores na tua mente, que alimentam em ti a fisiologia mais adequada (forma como usas o corpo), face ao objectivo que queres alcançar.

Ao projectares, na tua mente, uma imagem do próximo adversário, como sendo impossível de bater e aliares a esse pensamento uma fisiologia própria de um derrotado, te garanto que as possibilidades de teres um fraco desempenho, abaixo até do que é normal, são elevadíssimas, além do facto, de que com essas projeções mentais do futuro, estarás a dar uma enorme vantagem ao adversário, na medida em que as tuas microexpressões, a tua fisiologia, indicarão ao mesmo o teu receio, a tua falta de confiança, o teu sentimento de inferioridade!
 O contrário também é verdade….



“Certa dia um homem, querendo atravessar o rio para a outra margem, pediu ajuda a um barqueiro.
 Ao entrar no barco, o homem notou que num dos remos estava escrito a palavra AGIR e no outro a palavra ACREDITAR.
 Curioso, o homem perguntou ao barqueiro qual a razão daqueles nomes.
 O barqueiro pegou então no remo onde estava escrito “acreditar” e remou com toda a força. O barco começou a dar voltas, sem sair do lugar em que estava. Em seguida, pegou no remo em que estava escrita a palavra “agir” e remou com todo o vigor. Novamente o barco girou, sem ir adiante.
 Por fim, o velho barqueiro segurou os dois remos e movimentou-os ao mesmo tempo: impulsionado de ambos os lados, o barco navegou através das águas do rio e calmamente alcançou a outra margem.
 Então o barqueiro disse ao viajante:
“Este barco pode ser chamado de autoconfiança, e a margem é a meta que desejamos atingir. Para que o barco da autoconfiança navegue seguro e alcance a meta pretendida, é preciso que utilizemos os dois remos ao mesmo tempo e com a mesma intensidade, superando as ondas e os vendavais e lembrar que, por vezes, é preciso remar contra a maré”.



Quando acreditas, de forma congruente, que algo é possível e promoves as acções necessárias para tornar possível o “impossível”, as tuas chances de o conseguir aumentam exponencialmente.

“O impossível só é possível, enquanto for possível ser impossível”

As construções que criamos sobre o futuro, são profecias autorrealizáveis! São tudo… Construções Mentais.

Nota - Em breve iremos explorar as técnicas de visualização propostas pela PNL, e os excelentes resultados que a mesma proporciona. Fique atento aos próximos artigos


No Desporto e na Vida