Bola ao poste; uma questão de pontaria?
- “O encontro da preparação com a oportunidade
gera o rebento a que, normalmente, chamamos sorte”
Extremando e ironizando um pouco no
conteúdo inicial deste artigo, começo por dizer que, por vezes, gosto de pensar
que uma bola ao poste não tem nada a ver com “azar” ou com “sorte”, sendo mais
uma questão de pontaria!
No mundo do desporto exigem certas
crenças, bastante enraizadas, que tendem a responsabilizar a “pata do coelho”
ou o “gato preto”, e mesmo certos factores “mágicos” ou “esotéricos”, para
justificar alguns resultados.
Culpar a
sorte ou o azar – além de outras coisas mais - é, em primeiro lugar, um
argumento (desculpa?) que em certas ocasiões faz muito jeito usar, a fim de não
assacar ou minimizar as responsabilidades próprias sobre o que
aconteceu,
ou está a acontecer, servindo inclusivamente como paliativo para a dor.
Só que um
paliativo, não passa disso mesmo…um paliativo; recurso para atenuar um mal ou adiar uma crise.
Desculpas
que aliviam a dor e que dificilmente “atacam” a verdadeira causa de um desempenho
menos conseguido e/ou de uma qualquer situação incómoda provocada pelo mesmo.
Culpa-se a pata do pobre coelho ou usa-se a cor do gato e…vira-se a página.
No desporto
hipercompetitivo e profissionalizado destes novos tempos, tem todo o fundamento
a expressão:
“Quanto mais
treino e mais trabalho durante a competição, mais sorte tenho!”
Em suma:
Sou eu que,
direta ou indiretamente, vou para o jogo. Verdade?
Então qual a necessidade de me desculpar com algo, eventualmente fortuito, mágico e/ou esotérico - “estranho” a mim - para justificar algo que não correu como eu desejava?
Então qual a necessidade de me desculpar com algo, eventualmente fortuito, mágico e/ou esotérico - “estranho” a mim - para justificar algo que não correu como eu desejava?
O desporto está muito longe de ser
um jogo de sorte e azar.
Quanto melhor me preparar mais
hipóteses tenho de alcançar bons resultados!
Se algo não corre como desejo, se o resultado não for aquele que pretendo, terei que analisar as razões para que tal tenha acontecido, como forma de aprender a fazer diferente numa próxima vez.
Se algo não corre como desejo, se o resultado não for aquele que pretendo, terei que analisar as razões para que tal tenha acontecido, como forma de aprender a fazer diferente numa próxima vez.
Escamotear ou entrar em negação sobre os nossos próprios erros, relegando para “terceiros” a responsabilidade da maioria das coisas menos boas que acontecem é, a meu ver, uma das formas mais eficazes para… continuar a cometer os mesmos erros.
- Se algo não corre como desejas, em vez de te
refugiares em “forças estranhas” para justificar esse facto, foca-te no que
estás a fazer bem e no que estás a fazer menos bem, até encontrares a melhor forma
para, no futuro, fazeres diferente, potenciando assim o teu crescimento.
Depende essencialmente de ti.
No DESPORTO
e na VIDA
- Sorte e azar existem, mas as
causas e circunstâncias que disparam esses eventos e os mecanismos como se
processam são absolutamente desconhecidos
- Há que se
distinguir o que é "sorte" ou "azar" daquilo que é
provocado pela lei da causalidade e/ou do imponderável. Se é rotineiro, e
conforme sejam as consequências positivas ou negativas, pode-se dizer que é
"sorte" ou "azar", desde que "independa" das acções do agente.
- O imponderável
(tomado como substantivo e em seu sentido figurado) existe e pode ser definido
como aquilo que não se pode medir, avaliar ou prever, podendo acontecer em
qualquer momento e em qualquer lugar, sem causas aparentes ou por causas
desconhecidas. Nada se pode fazer para evita-lo.