Dor e Prazer
- Acredito que o ser humano não faz as coisas por acaso. Tudo
o que fazemos tem uma razão de ser.
É certo que nem sempre temos a consciência plena dos
motivos que nos impulsionam a fazer aquilo que fazemos. De facto, existe um
tipo de força que direcciona ou condiciona os nossos comportamentos, as nossas
acções.
Tudo o que fazemos, ou é para fugir a uma possível DOR, ou
para tentar obter PRAZER.
Compreender estas forças e a relevância das mesmas, além de
nos permitir saber como e porque agimos de uma certa forma, também nos permite
entender que… podemos agir de forma diferente e assim possibilitar a consecução
de outros resultados!
As coisas a que associa dor e as coisas a que associa
prazer, na verdade moldam a sua vida.
“O
segredo do sucesso é aprender a usar a dor e o prazer em vez de ser usado pelo
prazer e pela dor. Se o fizer controla a sua vida. Se não o fizer, é controlado
pela vida”
Aprender
a desvendar os segredos que estão por trás das suas acções vai permitir-lhe
também alterar o “como faço aquilo que faço” para “como fazer aquilo que
realmente quero fazer”, pois se ligar uma dor intensa a qualquer comportamento
ou padrão emocional, irá certamente evitar a todo o custo entregar-se ao mesmo.
O
contrário também é verdade!
Se,
por exemplo, estiver a fazer qualquer tipo de dieta alimentar e estiver perante
um prato delicioso (para si), sabendo que a composição e/ou quantidade do mesmo
irá prejudicar o regime que está a seguir, pode associar dor ou prazer à
ingestão do mesmo e será essa associação que promoverá a sua acção imediata.
Pode associar algum tipo de prazer, tipo…”é só
hoje”, ou de dor…”se comer isto agora lá se vai a minha dieta”. Qual o
resultado?
Não é por acaso que refiro a acção como imediata, pois a
maioria das pessoas baseia a sua decisão no que lhe vai trazer dor ou prazer a curto prazo, mesmo sabendo, no íntimo,
que para obter aquilo que mais valoriza, normalmente tem que ultrapassar alguns
obstáculos, algumas barreiras, que vão surgindo a fim de, a médio/longo prazo, alcançar de facto o
que lhe dará verdadeiro prazer. É
apenas uma questão de nos
concentramos no momento ou no futuro.
“A
natureza pôs a humanidade sob o comando de dois soberanos, a DOR e o PRAZER.
Eles governam-nos em tudo o que fazemos, em tudo o que dizemos, emtudo o que
pensamos; cada esforço que pudermos fazer para nos livrarmos dessa submissão só
serve para a comprovar e confirmar” – Jeremy
Benthaim
Não é a dor em
si que nos impulsiona, mas sim o medo de que algo conduza à dor. Não é o prazer em si que nos impulsiona, mas
sim a convicção – a nossa sensação de certeza – de que optar por uma
determinada acção, por um determinado comportamento, este nos conduzirá ao prazer.
Pode pensar que comer alimentos que vão contra a dieta que
está a seguir, lhe irá conceder muito prazer no imediato, assim como pode
pensar nas consequências a médio ou longo prazo e na dor que provavelmente virá
a experienciar. Que sentimento escolhe associar a esse pensamento…agora mesmo?
Come ou não?
“Se se
sente angustiado com alguma coisa externa, a dor é devida à sua própria ideia
dela; e isso é uma coisa que tem o poder de revogar a qualquer momento” – Marco Aurélio
A verdade, por muito que gostássemos de a negar, é que, o
que verdadeiramente impulsiona as nossas acções, os nossos comportamentos, é a reação
instintiva à dor ou ao prazer e não um qualquer cálculo intelectual. Somos
prioritariamente “movidos” pelo que “aprendemos” a associar dor ou prazer nos
nossos sistemas nervosos e são estas neuro-associações que determinam o que
vamos fazer.
São as nossas emoções - as sensações que associamos ao
pensamento - que na maioria dos casos determinam os nossos comportamentos.
“Os
homens, bem como as mulheres, são muito mais frequentemente guiados pelos seus
corações, do que pelo seu entendimento” – Lord
Chesterfield
Quer assumir
um maior controlo sobre as suas decisões? Quer ter um maior controlo da sua
vida?
Comece
por tomar consciência do poder que o prazer
e a dor exercem sobre cada decisão.
a) O
primeiro passo para suspender qualquer comportamento (acção) que não o
satisfaça, que não lhe proporcione o resultado que pretende, é associar ao
mesmo, um nível de dor tão intenso a nível emocional que já nem considere sequer
repeti-lo.
b) Como
fazê-lo? Basta recordar as emoções e as sensações que associa “aquilo que nunca
faria” e associa-las a ao comportamento que pretende suspender
a) Repita,
as vezes que for preciso essa associação, com a necessária intensidade
emocional, para assim condicionar no seu íntimo esse comportamento até o mesmo
se tornar automático.
No Desporto e na Vida
Sem comentários:
Enviar um comentário